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CTM para Prefeituras

CTM

Cadastro Territorial Multifinalitário – CTM

 

No Brasil, muitos municípios apresentam dificuldades em relação ao emprego do Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM). Um dos principais problemas está na falta de integração entre o registro e o cadastro físico.

Outras dificuldades podem ser citadas:

  • Base cartográfica (plantas cadastrais) desatualizada, sem georreferencia ou, em alguns casos, inexistentes;
  • Discrepância entre o limite real da propriedade no terreno e a sua descrição no registro de imóveis (registro legal);
  • Imprecisão da posição física dos imóveis ou incerteza das linhas que os configuram;
  • Falta de recursos humanos nas prefeituras para gerenciar as informações; e
  • Falta de investimento para o levantamento e atualização cadastral.

Quanto ao Registro de Imóveis, embora se trate de um cadastro jurídico dos imóveis, não é raro encontrar imóveis registrados SEM a descrição técnica necessária, que deveriam ser documentadas através de Memoriais Descritivos e Plantas Topográficas corretamente georreferenciadas.

Além disso, deve-se ressaltar a dificuldade que as Prefeituras têm de efetivarem o cadastro físico e sua atualização por meio informatizado e eficiente.

Nesse contexto, este artigo tem como objetivo apresentar conceitos básicos do Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) e indicar soluções com softwares livres para a implantação do CTM nas Prefeituras brasileiras.

 

O que é o Cadastro Territorial Multifinalitário?

 

O Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) é o inventário territorial oficial e sistemático de um Município e baseia-se no levantamento dos limites de cada parcela, que recebe uma identificação numérica inequívoca – Ministério das Cidades, 2009.

As informações referem-se à localização unívoca, tipo de propriedade, área, utilização, valor e direitos. O registro deve apresentar o assentamento metódico das informações, tal que possibilite a identificação da propriedade na sua forma mais atual. A definição precisa de uma propriedade envolve diferentes aspectos, desde a sua localização até os direitos sobre ela.

Portanto, observa-se que o cadastro é um assunto de natureza multidisciplinar, que relaciona o cadastro ao registro da terra e sua utilização. Este registro é composto de duas partes: a base cartográfica composta de cartas cadastrais e os dados descritivos contendo as mais diversas informações sobre a propriedade.

 

Parcela e imóvel

Em cada sistema cadastral, a unidade básica ou territorial é a parcela, definida como a menor unidade do cadastro. Esta constitui uma área contígua do território com regime jurídico único, ou seja, na qual existe uma homogeneidade de direitos, restrições e responsabilidades, dependendo do paradigma social vigente.

Por sua vez, o Novo Código Civil brasileiro diz que “são imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural e artificialmente”. O imóvel pode ser constituído por uma ou mais parcelas, lembrando que a parcela é dotada de um regime jurídico único. Em geral, no meio urbano, a maioria dos imóveis são constituídos de uma única parcela.

A missão do cadastro não deve estar restrita à arrecadação de impostos, mas este deve servir como ferramenta para o planejamento do território e para a promoção da justiça social: o direito a terra ou a moradia.

 

Princípios básicos do sistema cadastral

 

De acordo com sua função, o cadastro pode ser classificado em:

  • Fiscal: quando o aspecto fundamental é a identificação do proprietário e da propriedade. O objetivo geral é o valor da propriedade e sua taxação. O valor é uma função das características geométricas, localização, benfeitorias, valor histórico e valor de mercado. O cadastro fiscal é utilizado para lançamento do Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU); lançamento de Taxas de Serviços Públicos Urbanos (TSU), lançamento do Imposto sobre Transmissão Inter-vivos de Bens Imóveis (ITBI); e lançamento do Imposto Sobre Serviço de qualquer natureza (ISS).
  • Jurídico: quando o aspecto fundamental é o direito à propriedade, não garantido pela simples tributação do imóvel. Em geral, este é mantido por um sistema de registro de títulos organizado pelo Estado através dos Registros de Imóveis. Por meio do registro do imóvel ou da propriedade existe a identificação jurídica.
  • Geométrico/Cartográfico: é baseado nas mensurações realizadas através de levantamentos geodésicos e/ ou aerofotogramétricos para a confecção da planta cadastral, onde os limites físicos da propriedade devem ser bem definidos. Os dados cartográficos passam a ter função cadastral quando associados a informações sobre a propriedade.
  • Multifinalitário: refere-se às múltiplas aplicações do cadastro, principalmente ao planejamento urbano e regional. Serve de base à tomada de decisões, onde o conjunto de informações das áreas urbanas podem ser armazenados em um Banco de Dados Geoespaciais.

 

Importância do CTM

O cadastro territorial é de fundamental importância no sistema administrativo municipal, independentemente da área urbanizada ou da quantidade de habitantes. Boa parte das cidades de pequeno e médio porte brasileiras tem sofrido com o crescimento desordenado e a informalidade da ocupação de terrenos, fato que influencia diretamente a preservação do meio ambiente e consequentemente a qualidade de vida da população.

Sendo assim, a base cartográfica cadastral é fundamental para o apoio ao planejamento e às tomadas de decisão, e esta, deve estar sempre atualizada, a um nível de detalhamento que propicie aos técnicos, responsáveis pelas diversas áreas do planejamento urbano, extrair as informações de interesse. Um banco de dados geoespaciais sobre as parcelas reflete a situação organizacional do espaço urbano e possibilita a otimização da gestão de recursos.

 

Como aplicar o CTM no meu Município

Grande parte dos municípios contam com recursos limitados para investir no CTM para criar uma infraestrutura de cadastro digital georreferenciado, sem contar a escassez de profissionais qualificados na área de geoprocessamento e georreferenciamento.

Dessa forma, uma alternativa é buscar soluções de baixo custo, mas que atendam plenamente essa demanda de modernização exigida atualmente.

Para os profissionais que desejam atuar no mercado de Georreferenciamento Urbano e Rural, a GeoOne oferece o treinamento completo de QGIS, o software gratuito que é ideal e suficiente para os municípios implantarem a infraestrutura tecnológica de base cadastral.

Nossas capacitações são direcionadas a automatização de processos em trabalhos de mapeamento, com banco de dados geoespaciais em PostgreSQL e ferramentas no QGIS para profissionais de Topografia e Agrimensura.

Além das ferramentas do LFTools e GeoINCRA, nós também desenvolvemos dois sistemas:

  • GeoRural– destinado ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais no QGIS, preenchendo a planilha ODS para a certificação no INCRA.
  • GeoUrbano – destinado a projeto de Loteamentos e Reurb, podendo gerar com um único clique mais de 1.000 plantas topográficas e memoriais descritivos no padrão ABNT NBR 17047/2022.

Sem contar o modelo de banco de dados TopoGeo, que pode ser aplicado em projetos de Usucapião, Perícias Cartográficas, Desmembramentos, Remembramentos, entre outras aplicações.

 

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O que é REURB? Para que serve? Como fazer no meu município?

Sistema Nacional de Gestão de Informações Territoriais

 

Referências:

 

Noções de Cadastro Territorial Multifinalitário – CTM | Crea-PR

Cadastro Técnico Multifinalitário Rural e Urbano

NORMAS E PROCEDIMENTOS DE ENGENHARIA RECOMENDADOS AO CADASTRO URBANO NO BRASIL

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