Formato GeoPackage

Formato GeoPackage

 

O GeoPackage foi lançado em 2014 e tem o intuito de contornar problemas de interoperabilidade entre diferentes plataformas e APIs, de forma a facilitar o acesso e gerenciamento dos dados, por exemplo em dispositivos móveis para SIG, além de reduzir redundâncias nos dados, aprimorar a capacidade de armazenamento e facilitar a conversão de dados [1].

 

O que é um GeoPackage?

O formato GeoPackage é um padrão aberto desenvolvido pelo Open Geospatial Consortium (OGC), não-proprietário e independente de plataforma, que serve como repositório de vários tipos de dados geoespaciais, facilitando a distribuição e aumentando a interoperabilidade entre plataformas, aplicações e serviços web [1][2].

Diferentemente do arquivo Shapefile, que armazena apenas uma camada vetorial, o GeoPackage funciona como um container, podendo armazenar dentro de um único arquivo diversas camadas vetoriais e tabelas, além de dados matriciais (raster).

Figura 1: Formato GeoPackage

 

Por que devemos aposentar o formato Shapefile?

Por cerca de 30 anos o Shapefile, formato desenvolvido pela Esri, foi utilizado para a disponibilização de dados geoespaciais vetoriais na internet, sendo até hoje o mais conhecido e distribuído. Este formato consiste em 3 arquivos obrigatórios: os dados de geometria (.shp); a tabela de atributos (.dbf); o arquivo de índice que relaciona a geometria da feição ao atributo (.shx). O arquivo (.prj), embora não seja obrigatório, é essencial para definir o sistema de referência de coordenadas.

Apesar da boa aceitação nos últimos anos, o formato Shapefile possui uma série de limitações que dificultam o armazenamento dos dados [3], a citar:

  • Formato composto por vários arquivos (.shp, .shx, .dbf, .prj, etc.);
  • Nome do campo do atributo com, no máximo, 10 caracteres;
  • Número máximo de 255 caracteres para atributos textuais;
  • Quantidade limitada de tipos de dados (inteiro, ponto flutuante, data e texto);
  • Limitação do tamanho do arquivo a 2 GB;
  • Não guarda o tipo de codificação dos caracteres ASCII.

Em contrapartida, o formato GeoPackage possui uma série de vantagens, podendo ser citadas:

  • Padrão aberto da OGC;
  • Ampla implementação (GDAL, QGIS, Esri, R, Python etc.);
  • Menor espaço em disco quando comparado com banco de dados convencionais;
  • Maior velocidade de consultas e renderização;
  • Sem limitação do tamanho de arquivo.

 

GeoPackage x CAD

A e-PING (Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônicos), definida pelo governo brasileiro, orienta a utilização de formatos aberto para a garantia de interoperabilidade.

O formato DWG, por exemplo, próprio de softwares de CAD, não se enquadram nesses formatos da e-PING.

Já o DXF, que é um formato aberto, tem a desvantagem de na maioria das vezes, em sua transformação para GeoPackage ou Shapefile, não ficar corretamente estruturados de acordo com a Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE), perdendo-se informações.

Atualmente, o GeoPackage, padrão de formato de domínio público da Open Geospatial Consortium (OGC), tem se tornado a melhor opção de arquivo para a disseminação dos dados.

 

GeoPackage para Plantas Topográficas

Diante das vantagens acima, o formato GeoPackage foi adotado para a implementação do modelo de banco de dados TopoGeo, gerando um único arquivo de extensão .gpkg que armazena todas as camadas mais trabalhadas em uma planta topográfica para automatização de diversas documentações como o Memorial Descritivo e Monografia de Marcos Geodésicos.

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Referências:

[1] Rashidan, Muhammad Hanis; Musliman, Ivin Amri. GeoPackage as future ubiquitous GIS data format: a review. Jurnal Teknologi, v. 73, n. 5, 2015.

[2] OGC®. GeoPackage Encoding Standard. 2018. Disponível em:  https://www.geopackage.org/spec121/index.html . Acesso em: 18 de dezembro de 2020.

[3] ESRI. ArcGIS. Geoprocessing considerations for shapefile output. 2020. Disponível em: https://desktop.arcgis.com/en/arcmap/latest/manage-data/shapefiles/geoprocessing-considerations-for-shapefile-output.htm

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